segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Crer é também pensar - Resenha


O autor é um líder cristão, muito conhecido por suas obras teológicas e pastorais. Escritor, pregador e evangelista, têm editado em português várias obras entre elas, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, Mentalidade Cristã e vários comentários bíblicos da famosa série A Bíblia Fala Hoje, como A Mensagem de Gálatas, Contracultura Cristã, Tu, Porém. Capelão honorário da rainha Elizabeth, líder da Aliança Evangélica Britânica. Foi preletor do Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suiça em 1974.

John Stott é um dos autores cristãos contemporâneos mais significativos em todo o meio evangelho. Nesta obra, Crer é também pensar, ele explica porque a mente é tão importante para o cristão, abordando essa questão à luz das Escrituras. Suas palavras vêm de encontro à sociedade de hoje, saturada de emocionalismo e presa ao subjetivismo.
Já no primeiro capítulo, John Stott, aponta para aversão a intelectualidade por parte de muitos crentes. Norteando-se na "prática", muitos crentes abandonam, e negligenciam o aprendizado o ensino propriamente dito. O autor faz crítica a estes crentes enfatizando que toda boa doutrina é sempre acompanhada de um bom ensino. Cita também três tipos de cristão que fazem isto.
Primeiramente, os católicos e muitos evangélicos que ritualizam sua relação com Deus, por segundo, os cristãos radicais que concentram suas energias na ação social e na preocupação ecumênica. Ainda que este grupo seja tímido no evangelho brasileiro, há uma tendência considerável entres os crentes britânicos. Sua luta social esconde uma ignorância e desprezo pela doutrina. O terceiro grupo citado por Stott, são os crentes pentecostais que na busca incessante por experiências com Deus; de onde fazem desta sua principal verdade, os leva, geralmente, a colocar de lado a doutrina bíblica em busca somente do emocional. Para Stott “são válvulas de escape para fugir à responsabilidade, dada por Deus, do uso cristão de nossas mentes”.
O autor argumenta do porque em usar nossa mente, ele apresenta defesa contra esta atitude vazia dos ignorantes. Parte do mandamento de Jesus, em proclamar o evangelho utilizando da razão humana. A motivação para isso Jonh Sttot encontra na criação. O homem foi criado por Deus, para ser racional. Mesmo que a mente do homem tenha sido afetada, corrompida pela “Queda”, Deus ainda se revela ao ser humano em categorias racionais.
O autor segundo suas palavras, E certo que alguns chegaram à conclusão contaria. Já que o homem é finito e decaído, argumentam, já que não pode descobrir a Deus através de sua mente, tendo Deus que se revelar por Si, então a mente não é importante. Mas não! A doutrina cristã da revelação, ao invés de fazer da mente algo desnecessário, na verdade a torna indispensável e a coloca no seu devido lugar. Deus se revelou por intermédio de palavras às mentes humanas. Sua revelação racional a criaturas racionais. “Nosso dever é receber sua mensagem, submetermo-nos a ela, esforçando-nos por compreendê-la e relacionarmo-la com o mundo que vivemos.”
John Stott apresenta “os modos segundo os quais Deus deseja que usemos nossas mentes”. Ele destaca seis áreas da vida cristã: o culto cristão, a fé cristã, a santidade cristã, a direção cristã, a evangelização cristã e o ministério cristão, nessa ordem.
Sttot fala, que todo culto cristão, seja ele público ou pessoal, deve ser uma resposta inteligente à auto-revelação de Deus, por suas palavras, e suas obras registradas nas Escrituras, a mente do crente deve estar ativa e empenhada para produzir frutos. Ele define a fé como “uma confiança racioal, uma confiança que, em profunda reflexão e certeza, conta com o fato de que Deus é digno de todo crédito” . Assim, pois, a fé e o pensamento caminham juntos, e é impossível crer sem pensar. A fé é um ato de pensar, CRER É TAMBÉM PENSAR!
Discorre tambem, sobre a busca da santidade, cita que na biblia existem muitos segredos da santidades que nos são revelados, pois o objetivo das Escrituras é nos levar a uma vida digna e agradavél, para mostrar o povo de Deus. Porém existe muita negligencia nesta busca de santidade, quanto ao uso da mente. Sttot, define que para santo, o crente deva ser aquilo que Deus deseja que sejamos. E não basta saber o que deveriamos ser, entretanto irmos mais além. Resolvendo em nossas mentes, a alcançalos.
Sttot, fala sobre a vontade geral de Deus para conosco, sobre o crente conhecer a vontade de Deus. A vontade particular de Deus, foi revelada nas Escrituras. Precisamos estudar, discutir e orar. Ele diz que há somente uma resposta possível; usando a mente e o senso comum que Deus nos deu, para orar pedindo a direção de Deus. diz que se for sábio, pedirá o conselho de seus pais e de outras pessoas mais velhas que o conhecem bem. Mas a decisão final é sua, na confiança de que Deus o guiará no seu próprio raciocínio.
O autor mostra, que para a apresentação do evangelho deve haver um conteudo solido, não podendo esta mensagem ser baseada no emocionalismo, mas deve ser profunda. John Sttot, se norteia em Paulo a afirmar que nossa mensagem alcança o intelecto do homem. Nosso objetivo é ganhar o homem todo para o Cristo total, e para isso é necessário o completo consentimento de sua mente, coração e vontade.
No sexto exemplo Sttot fala sobre o ministérios e seus dons. Como parece que para muitos crentes hoje em dia falar em dons espirituais nada tem haver com o uso da mente. Mas o autor acredita que sim. Os dons espirituais não incluem o uso da nossa mente. O ministério cristão é essencialmente de ensino, e este ensino que fundamenta a nossa fé vem como capacitação espiritual e sobrenatural. As qualificações para o ministério são consistentes com sua natureza. Todo candidato ao ministério pastoral ou ao presbiterato deve possuir tanto a fé bíblica como o Dom de ensiná-la.
Sttot neste último capiítulo; aplicando o nosso conhecimento, mostra a conclusão deste pequeno grande livro, e nos desafia a aplicar, esta lição que aprendemos com ele nesta curta, porém profunda caminhada. Salienta que este conhecimento deve nos conduzir a certas atidudes onde nos apresenta quatro: Em primeiro lugar, o conhecimento deve conduzir à adoração. Em segundo lugar, o conhecimento deve conduzir à fé. Em terceiro lugar, o conhecimento deve conduzir à santidade. Em quarto lugar, o conhecimento deve conduzir ao amor.
O conhecimento e indispensável a vida e aos serviços cristãos; Quanto mais sabemos, mais devemos compartilhar do que sabemos com os outros e usar o nosso conhecimento em serviço a eles, seja na evangelização, seja no ministério.
Se não usamos a mente que Deus nos deu, condenamos-nos a superficialidade espiritual, impedido-nos de alcançar muitas das riquezas da graça de Deus. Ao mesmo tempo, o conhecimento nos é dado para ser usado, para nos levar a cultuar melhor a Deus, nos conduzir a uma fé maior, a uma santidade mais profunda, a um melhor serviço. Não é de menos conhecimento que precisamos, mas sim de mais conhecimento, desde que o apliquemos em nossa vida. É como foi dito a Daniel: “Não temas, Daniel, porque desde o primeiro dia, em que aplicaste o coração a compreender e a humilhar-te perante o teu Deus, foram ouvidas as tuas orações...”De fato, a disposição mental para compreender , a humilhação de si mesmo perante Deus são sinais do ardente desejo de quem quer alcançar a verdade divina. Tal desejo certamente será satisfeito. Pois Deus prometeu a quem O buscar com seriedade.
Resenha: José A Valili

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