terça-feira, 13 de setembro de 2011

O discípulo radical

DISCÍPULOS OU CRISTÃOS
Em primeiro lugar, por que “discípulo”?
Para muitos descobrir que, no Novo Testamento, os seguidores de Jesus Cristo são chamados de “cristãos” apenas três vezes, é uma grande surpresa.
A ocorrência mais significativa é o comentário de Lucas explicando que foi em Antioquia da Síria que os discípulos de Jesus foram chamados de “cristãos” pela primeira vez (Atos 11:26). Antioquia era conhecida como uma comunidade internacional. Conseqüentemente, a igreja também era uma comunidade internacional e seus membros eram adequadamente chamados de “cristãos” para indicar que as diferenças étnicas eram superadas por sua lealdade comum a Cristo.
As outras duas ocorrências da palavra “cristão” evidenciam que seu uso estava ficando mais comum. Assim, quando Paulo, que estava sendo julgado diante do rei Agripa, o desafiou diretamente, Agripa clamou: “Por pouco me persuades a me fazer cristão” (Atos 26:28)
Depois o apóstolo Pedro, cuja primeira carta foi escrita em um contexto de perseguição crescente, achou necessário fazer distinção entre aqueles que sofriam “como criminosos” e aqueles que sofriam “como cristão” (1Pedro 4:15-16), isto é, por pertencerem a Cristo.Ambas as palavras (cristão e discípulo) implicam relacionamento com Jesus. Porém, “discípulo” talvez seja mais forte, pois inevitavelmente implica relacionamento entre aluno e professor. Durante os três anos de ministério publico, os doze foram discípulos antes de serem apóstolos e, como discípulos, estavam sob a instrução de seu Mestre e Senhor.
Talvez, de alguma forma deveríamos ter continuado a usar a palavra “discípulo” nos séculos seguintes, para que os cristãos fossem discípulos de Jesus de maneira consciente e levassem a sério a responsabilidade de estar “sob disciplina”.
Meu interesse com este livro é que nós, que afirmamos ser discípulos do Senhor Jesus, não o provoquemos a dizer: “Por que me chamais Senhor, Senhor, e não fazeis o que vos mando?” (Lucas 6:46). O discipulado genuíno é um discipulado sincero – a é daí que surge a próxima palavra.
Em segundo lugar por que “radical”? Sendo esse o adjetivo usado para descrever nosso discipulado, é importante indicar o sentido no qual o utilizo.
A palavra “radical” é derivada do latim radix, raiz. Originalmente, parece ter sido utilizada como rótulo político para pessoas como Willian Cobett, político do século 19, e seus pontos de vistas extremos, liberais e reformistas. Assim, vem daí o uso geral para se referir àqueles cujas opiniões vão às raízes e que são extremos em seu compromisso.
Agora estamos prontos para unir o substantivo e o adjetivo e fazer a terceira pergunta: por que “discípulo radical”? A resposta é óbvia. Existem diferentes níveis de comprometimento na comunidade cristã. O próprio Jesus ilustra isso ao explicar o que aconteceu com as sementes que descreve na Parábola do Semeador. A diferença entre as sementes está no tipo de solo que as recebeu. A respeito da semente semeada em solo rochoso, Jesus diz: “Não tinha raiz”.
Geralmente evitamos o discipulado radical sendo seletivos: escolhemos as áreas nas quais o compromisso nos convém e ficamos distantes daquelas nas quais nosso envolvimento nos custará muito. Porém, por Jesus ser Senhor, não temos o direito de escolher as áreas nas quais nos submetemos à sua autoridade.
Por: J.A. Valili - Introdução: João Sttot, na explicação do titulo de seu livro O Discípulo Radical, sua ultima obra.

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