sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Ide. Cristo deu essa ordem para toda a Igreja.

“Foi-me dada toda a autoridade nos céus e na terra. Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que eu lhes ordenei. E eu estarei sempre com vocês, até o fim dos tempos.” – Jesus
Essa ordenança é bastante abrangente: toda autoridade, todas as nações, todos os ensinamentos de Cristo, sempre.
Além disso, em sua natureza, está implícito que ela se aplica a todos os seguidores do Senhor. É o discípulo que faz outro discípulo, que faz outro discípulo, e assim por diante. Dá para ver aí uma ininterrupta fileira de crentes ligados entre si no decorrer da história, cuja tarefa se acha detalhada na seguinte descrição de função.
Título: missionário;
Função: fazer discípulos;
Tarefas: ir; ensinar; batizar;
Esfera de atividade: todas as nações (principalmente as não evangelizadas);
Apresentar-se a: Jesus Cristo
Relacionar-se com: toda a igreja de Cristo
Duração: até a volta de Cristo
Todos os seus métodos, recursos, estratégias, formas de abordagem e visões específicas devem ser flexíveis e mais e mais criativos. Hoje existe grande necessidade de trabalhadores na área da saúde, da educação, da agricultura, da música, do teatro, dos esportes, de negócios. Precisa-se, ainda, de pessoas que atuem em desenvolvimento comunitário, ações de socorro, serviço social, em grupos de oração e fundação de igrejas e diversos outros tipos de atividade. Contudo é necessário que todas elas dirijam seus esforços para um único objetivo: fazer discípulos. Entretanto, por vezes, em meio a tantas atividades, podemos perder de vista o objetivo central. As igrejas e até mesmo as organizações missionárias acabam aplicando seu tempo, dinheiro e energias em atividades que se acham meio distanciadas da razão de sua existência. Assim que isso acontece, está na hora de reavaliar toda a operação e retornar ao cumprimento de nossa missão básica: fazer discípulos.
É Essencial que o Ministério Seja Holístico
Para que um ministério seja bem-sucedido e tenha uma perspectiva bíblica, ele precisa conter os elementos seguintes.
Realizar a Grande Comissão: ir e fazer discípulos (ou seja, evangelizar, batizar, ensinar, preparar e enviar). Obedecer ao Grande Mandamento: amar a Deus e ao próximo como a si mesmo (da forma como Jesus mostrou na história do “Bom Samaritano”).
Atender às grandes necessidades humanas: atuar onde podemos atender a essas grandes necessidades e fazer discípulos.
Alguns missionários não fazem discípulos porque nunca aprenderam isso. Os cursos que fizeram tinham uma orientação principalmente acadêmica ou então eram direcionados para áreas específicas, não relacionadas a essa missão. Ainda outros atuam em funções colaterais, onde quase não têm contato com os indivíduos que sua missão está evangelizando. Esses crêem que Deus os chamou para trabalhar nos “bastidores”, por assim dizer, e desempenham sua tarefa com fidelidade. Contudo, se esse trabalho se tornar um fim em si mesmo, deve ser questionado.
Damos graças a Deus por esses irmãos que exercem tais funções, tanto no campo missionário como em seu país de origem, ou seja, nas organizações que enviam obreiros ou que realizam o treinamento destes. A tarefa deles é preparar os candidatos e os missionários, servir a eles e cuidar deles. Nessas posições, ajudam a enviar os mensageiros ao campo, a permanecer lá e a atuar com eficiência. Contudo, apesar disso, também precisam manter o olhar fixo no objetivo central: tudo se resume em fazer discípulos para Jesus Cristo. (Será que já não falei isso?) Então é necessário que sirvam aos missionários eficientemente, para que estes possam fazer discípulos. Todavia se eles próprios procurarem fazer discípulos poderão criar uma atmosfera mais cheia de entusiasmo e centrada no alvo.
Dou graças a Deus pelos crentes que não se acham ligados a nenhuma organização missionária, mas sustentam os obreiros e oram por eles. Se esses irmãos forem fiéis nesse apoio que dão aos missionários, eles terão uma oportunidade ímpar de incentivar e capacitar os enviados a realizarem de forma eficiente a tarefa de fazer discípulos.
Ministérios de Socorro
Esse tipo de ministério é muito importante. É ele que nos confere legitimidade, pois demonstra como é o reino de Deus. Revelamos o caráter divino por meio de atos, e não somente de palavras. Por ele, temos condições de praticar, de maneira eficiente, o mandamento de Cristo para amarmos o próximo como a nós mesmos. Levamos alívio ao sofrimento humano, realizando a vontade de Deus, que deseja que todos tenham uma vida melhor. Envolvendo-nos nesse tipo de ministério, encontramos formas de fazer aos outros aquilo que queremos que eles nos façam.
Quando Jesus narrou à história do Bom Samaritano, falou de um homem que se importou com um próximo que se achava caído. E ao final, assim que o Senhor teve certeza de que os ouvintes haviam compreendido bem a mensagem, disse: “Vá e faça o mesmo”. Quando nos devotamos a esse ministério, aumentamos as oportunidades de fazer discípulos. Então vamos completar fielmente a tarefa.
Recentemente tive o privilégio de participar da inauguração de uma cisterna nova em um povoado africano, juntamente com a equipe missionária que atua ali. Esses missionários tinham ido para aquele lugar com o objetivo de evangelizar a população e fundar uma igreja. Na ocasião, os líderes comunitários lhes disseram que não queriam uma igreja no povoado. Algum tempo depois, esses irmãos voltaram lá para prestar assistência médica. E, ao fazê-lo, observaram que grande parte das enfermidades era causada por água contaminada. Então decidiram abrir uma cisterna mais funda provida de uma manivela, para ser utilizada por toda a comunidade. No culto de inauguração, eu fui o pregador e falei sobre Jesus, a água da vida. Após a reunião, os líderes da comunidade mostraram aos missionários um terreno muito bom que estava cercado por uma corda e disseram: “Aqui é pra vocês construírem a sua igreja.”
Eles haviam aberto o coração para o evangelho devido à obra socorrista. Agora se achavam dispostos a aceitar a mensagem de Cristo. Depois disso, recebi a notícia de que o chefe da tribo e várias outras pessoas haviam entregado a vida a Jesus Cristo.
Quem é Chamado a Fazer Discípulos?
Jesus era tão requisitado que ele poderia se dedicar a qualquer tipo de atividade que quisesse: orar e jejuar, ministrar às massas, curar os enfermos, libertar os endemoninhados ou pregar o evangelho, chamando homens ao arrependimento. Entretanto, estudando a vida dele, percebemos que ele dedicou a maior parte de seu tempo e energias à tarefa de dar treinamento aos seus discípulos. É que confiou o futuro da igreja e do reino de Deus àqueles homens escolhidos a dedo, que aprenderam na prática. Foi para eles que deu o chamado e ordenança: “Vão e façam discípulos”; “Assim como o Pai me enviou, eu os envio”.
Mas será que ele deu essa ordenança de fazer discípulos apenas àqueles seus primeiros seguidores? Ou será que essa tarefa continua confiada apenas a um grupo reduzido, semelhante a eles? Não; Cristo deu essa ordem para toda a igreja. Todos os crentes têm de obedecer a esse mandamento.
Alguns anos atrás, um missionário muito sábio escreveu um livro intitulado Go Ye Means You (O “Ide” é para você). Infelizmente, porém, algumas pessoas distorcem as palavras de Cristo, dando-lhe o seguinte significado: “Ide? Eu não!”
Cada um dos Evangelhos apresenta essa ordem de Cristo com um formato peculiar, de acordo com a perspectiva do escritor. O objetivo é que todos que a ouçam possam entendê-la e obedecer a ela.
Uma ordem abrangente: No Evangelho de Mateus, temos o relato de que Jesus se encontrou com os onze discípulos restantes, em um monte na Galiléia, e lhes disse: “Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações”.
Uma ordem veemente: Em Marcos, o Senhor apareceu aos onze quando eles estavam comendo, e disse-lhes: “Vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as pessoas”.
Uma ordem profética: Em Lucas, vemos Jesus citando as Escrituras, dizendo: “Está escrito que o Cristo haveria de sofrer e ressuscitar dos mortos no terceiro dia, e que em seu nome seria pregado o arrependimento para perdão dos pecados a todas as nações, começando em Jerusalém”.
Uma ordem repassada: João relatou que Jesus apareceu aos discípulos que estavam reunidos com as portas trancadas e lhes disse: “Assim como o Pai me enviou, eu os envio”.
Uma ordem capacitadora: Em Atos, lemos: “Mas receberão poder quando o Espírito Santo descer sobre vocês, e serão minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judéia e Samaria, e até os confins da terra”. Jesus enunciou seu objetivo de várias maneiras, deixando bem claro que seus seguidores deveriam multiplicá-lo em quantidade e reproduzi-lo com qualidade. Assim se tornariam um exército multinacional, multicultural, multi-lingual, multi-racial e multidenominacional, levando a presença dele a toda parte e anunciando a boa nova do evangelho a todas as pessoas. Desse modo, todas teriam a oportunidade de ouvir a mensagem e de tomar a decisão se aceitariam ou não o Filho de Deus, tornando-se discípulos dele.
Preparados Para Fazer Discípulos
Nem antes dos dias de Jesus, nem depois, nenhum mestre orou por seus discípulos, nem os amou e instruiu como o Senhor fez com os dele. Jesus praticamente derramou sua vida naqueles homens e deu-lhes a responsabilidade de evangelizar o mundo. Algumas horas antes da crucificação, ele orou ao Pai, em favor dos apóstolos, nos termos seguintes.
“Revelei teu nome a eles
Eles ainda estão no mundo
Tu os deste a mim
Protege-os em teu nome
Eles têm obedecido à tua palavra
Que todos sejam um, Pai, como nós
Dei-lhes a tua palavra
Que eles tenham minha alegria
E eles a aceitaram
O mundo os odiou
Eles creram que me enviaste
Eles não são do mundo
Eu rogo por eles Protege-os do Maligno
Eles são teus Santifica-os
Sou glorificado por meio deles
Tu me enviaste ao mundo
“Não ficarei mais no mundo
Eu os enviei ao mundo.”
Jesus selecionou seus discípulos, protegeu-os e os aperfeiçoou para o serviço. Contudo não parou neles. Sua visão se estendia a todas as eras. Ele orou da seguinte maneira: “Minha oração não é apenas por eles. Rogo também por aqueles que crerão em mim, por meio da mensagem deles”. Então, ele orou por uma ininterrupta fileira de discípulos que continuaria através dos séculos, até o dia de sua volta. Portanto ele orou por nós, por mim e por você que me lê. E ora por nós hoje, no momento crucial em que vivemos, para que nós também façamos discípulos em todas as nações. Nossa estratégia deve ser ir ou preparar os que vão, bem como sustentá-los e orar por eles.
Façam discípulos! Eu edificarei a igreja!
Quando Pedro fez sua confissão: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”, Jesus respondeu: “Sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Aí, fez um chamado ao discipulado.
Ele disse: “Eu edificarei a minha igreja”, e não: “Vocês edificarão a minha igreja”. E como é que se inicia uma igreja? Normalmente, ela começa quando alguns discípulos fazem discípulos e estes se reúnem, formando uma congregação local. Depois esta cresce e precisa de uma sustentação maior. Entretanto, muitas vezes, as igrejas ficam tão envolvidas com a questão da preparação das estruturas para suas reuniões e para seu crescimento que não conseguem mais realizar as tarefas que as geraram. Ou seja, param de fazer discípulos. Reverte a ordem das coisas: tentam edificar a igreja e esperam que Jesus faça discípulos. Mas ele não faz. O Senhor manda que nós façamos discípulos, prometendo que ele irá edificar a igreja.
Todavia, as igrejas crescem é com a chegada de novos discípulos. Se algumas se acham meio estagnadas é porque reduziram os esforços no sentido de fazer discípulos, ou então o fazem de forma ineficiente. Nossa meta deve ser reproduzir discípulos para nos multiplicarmos.
Trabalhemos com um Fim em Vista
Nós, os seguidores de Jesus, aguardamos ansiosos o dia em que “O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre” (Ap 11.15). Aí veremos o cumprimento da visão que João teve. “Depois disso olhei, e diante de mim estava uma grande multidão que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé, diante do trono e do Cordeiro, com vestes brancas e segurando palmas. E clamavam em alta voz: A salvação pertence ao nosso Deus, que se assenta no trono, e ao Cordeiro” (Ap 7.9-12). Mas para que isso aconteça, nós, a igreja, temos de fazer nossa parte. “E este evangelho do reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mt 24.14.)
E para isso, nada é mais positivo do que o princípio dos discípulos que fazem discípulos, os quais, por sua vez, fazem outros discípulos, e assim por diante. Nós recebemos uma ordem. Temos o conhecimento necessário e dispomos do poder que nos vem do Espírito Santo. Então vamos realizar a tarefa para a qual Deus nos chamou – façamos discípulos.
Jesus ora por nós hoje, para que nós tabém façamos discípulos em todas as nações.

George R. Foster - Revista Mensagem da Cruz



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