Comentário - Pai Nosso

A excelência da Oração do Senhor; sobre todas as orações o Pai Nosso, ocupa o principal lugar, pois, contêm, as cinco mais importantes qualidades necessárias para toda oração, ou seja, uma oração: confiante, conveniente, ordenada devota e humilde.

1º Confiante: Pai Nosso é a mais confiante de toda orações, porque foi composta por Nosso Advogado Jesus Cristo, o mais sábio de todos os suplicantes, em Cristo é que se encontra toda a sabedoria e ciência. 

2º Conveniente: é conveniente, pois pedimos a Deus, somente o que é proveitoso, Jesus, nos ensina nesta oração o Pai Nosso o que é correto pedir a Deus.

3º Ordenada: Jesus Cristo nos ensina primeiramente a pedir os bens celestes e, depois os terrenos.

4º Devota: O fervor da devoção torna o sacrifício da súplica aceita a Deus, Cristo nos ensina que não devemos em nossas orações multiplicar as palavras, assim como fazem os pagãos, mais sim, persistir em nossas suplicas. 

5º Humilde: Deus se volta para o humilde de coração, e atende a sua súplica, na oração do Pai Nosso existe muita humildade, verdadeira humildade, pois, busca-se alcançar as respostas a nossas orações somente (entregues totalmente) pelo poder de Deus.

Pai Nosso: Deus nos criou de modo especial, Deus nos governa de modo especial, Deus é Nosso Pai porque nos adotou, devemos honrá-Lo, devemos imitá-Lo, devemos ser obedientes, devemos ser pacientes. Entre as disposições necessárias para a boa oração está a confiança conforme a Palavra de Tiago: 1.6 “pede com fé, em nada hesitando”! Jesus nos mostra os motivos que suscitam em nós está confiança; primeiro a benignidade de Deus, em cuja á benevolência o próprio Senhor nos declara, “se vós, que sois maus, sabeis dar boas coisas a vossos filhos, quanto mais não dará o Pai Celeste, aos que pedem Seu bom Espírito? Lucas 11.13.

Que estais nos céus: nestas Palavras podemos extrair três exortações: A preparação para oração; considerar a prontidão de Deus em nos ouvir, pois Ele está perto de nós “Eu encho o céu e a terra” Jeremias: 23.24; considerar a eficácia de Deus, pois, o Senhor se volta para a oração do miserável e não despreza a sua súplica. Pela certeza da proximidade de Deus, “o Senhor está próximo dos que O invocam” Salmos 145:18, as Palavras de Jesus, quando orares entre em teu quarto, em Mateus 6.6, pode se interpretar também “entre dentro de seu coração”. 

Santificado seja o vosso nome: nesta petição, é para que o Nome do Senhor se resplandeça e se manifeste em nós, Os atributos do Nome de Deus: O Deus Admirável, O Deus Amável “não há sob os céus outro Nome dado aos homens pelo qual possa ser salvos” Atos 4.12, o Nome de Deus é Venerável“ ao Nome de Jesus dobre-se todo joelho nos céus, na terra e nos inferno”, o Nome de Deus é inefável, pois não há palavras para expressá-Lo corretamente “sobre está pedra eu edificarei Minha Igreja”. 

Venha a nós o Vosso Reino, o Espírito Santo, nos faz desejar e pedir em retidão o que convém, Ele nos induz ao Amor ao Temor, na qual somos levados a procurar Deus e solicitar a vinda de seu Reino até a nós, “Deus quer que todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade” 1ª Timóteo 2:4, ao pedirmos a vinda do Seu Reino, estamos suplicando pela “Glória Celestial” pela suprema justiça que há em Deus, pela liberdade perfeita que há em Deus, “a criação se verá livre do cativeiro da corrupção”, Romanos: 8.21, pela admirável abundância dos seus bens “nenhum olho viu, ó Senhor, aquilo que preparastes para os que em Vós esperam”! Isaías 64.4. 

Seja feita a Vossa vontade assim na terra como nos céus, o Espírito Santo não só nos concede os dons do temor e da piedade, mais também nos faz sábios, “ensinai-me a bondade, a doutrina e a ciência!” Salmos 119.66, o Espírito Santo nos dá a sabedoria do bem viver; ou seja, não confiarmos em nós e  em nossos juízos, “não te apóies em tua prudência!” Provérbios 3.5, “viste alguém que se julga sábio? Mais se pode esperar do ignorante que dele” Provérbios 26.12.
É fruto da humildade, não confiarmos em nós mesmo. Pelo dom da sabedoria o Espírito Santo nos ensina, de maneira que não procuremos fazer a nossa vontade, e sim a vontade de Deus, é em virtude do dom da sabedoria, dizermos ao Pai; seja feita a Vossa vontade, sobre a vontade do Senhor está declarado o nosso respeito ao Pai. Conforme nos ensina Isaías á vontade de Deus é boa porque nos é útil “Eu sou o Senhor teu Deus que te ensina, que te guia pelo caminho no qual deves seguir” Isaías 48.17. A vontade de Deus é perfeita.

O pão nosso de cada dia nos daí hoje, o Espírito Santo é a força que nos inspira para não nos esmorecermos na intranqüilidade, na inquietude diante das nossas necessidades, “entrou em mim o Espírito, e me firmou sobre os meus pés!” Ezequiel 2.2, o Senhor nos ensina a pedir o “pão” que quer dizer as coisas necessárias para a vida presente de cada um, 1ª Timóteo 6.8, Devemos pedir a Deus  que seja proveitoso nossos bens, é isso que também suplicamos ao dizer “o pão nosso de cada dia nos daí hoje”, “fazei que sejam úteis nossos bens”, o Senhor Jesus nos ensina a pedir as coisas necessárias ao nosso tempo, nos ensina também o Senhor que devemos pedir o pão da Palavra de Deus, pois, “não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus!” Mateus 4.4.

Perdoai-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos  nossos devedores,  ao dizermos “perdoai-nos as nossas dívidas, arrependido do pecado estamos alcançando a misericórdia de Nosso Deus “Eu te perdoei todo pecado porque me pediste” Mateus 18.32, o salmista diz: “confessei a minha injustiça e perdoaste a malicia do meu pecado” Salmos 32.5. Ao perdoarmos a quem nos ofendeu, é manifestada á misericórdia de Deus para conosco, se não perdoarmos também não seremos perdoados, “perdoas e será perdoado” Lucas 6.37, é a misericórdia que nos leva a ter piedade do nosso próximo. 

E não nos deixe cair em tentação, o Senhor pela boca de Isaias diz: “lavai-vos, purificai-vos, tirai diante de Meus olhos a malignidade dos vossos pensamentos, e deixai de fazer o mal” Isaías 1.16, Cristo na petição anterior nos ensina a pedir perdão dos pecados; nesta petição Jesus nos ensina a pedir que sejamos preservados dele, ou seja, que não venhamos cair em tentação, “não nos deixe cair em tentação”;   Deus costuma enviar tribulações para os justos, para que a virtude seja manifestada na paciência e na tolerância; “o Senhor vosso Deus nos tenta, para que se conheça se O mais ou não!” Deuteronômio 13.3. O inimigo interior é nossa maior doença, a mais mortal, e desta doença devemos nos guardar conforme as Palavras do Senhor “vigiai e orai para não cairdes em tentação” Mateus 26.41; após nos livrarmos da tentação da carne, outra tentação se levanta, o diabo com a máxima astucia examina nossos pontos fracos, por exemplo: a ira, a soberba, “o diabo, como leão a rugir, ronda buscando a quem devorar” 1ª Pedro 5.8; o diabo engana e depois escraviza, Jesus não nos ensina, a pedir para não sermos tentados, Cristo na verdade ensina-nos à não cedermos a tentação “deve ter-se em conta da maior alegria o sermos tentados, pois recebemos a coroa da vida” Tiago 1.2. Deus nos governa pelo fervor da caridade, Deus nos governa pela a luz da inteligência.

Mas livrai-nos do mal, o Senhor nesta petição nos ensina a pedir a Deus o livramento de todos os males: pecados, enfermidades e as tribulações (estas convertidas em paciência), o Senhor nos livra das tentações e das tribulações ao convertê-las em bem, não dizemos “livrai-nos das tribulações”, mas “livrai-nos do mal”, outras virtudes servem-se do bem, mas a paciência serve-se dos males, é pela paciência que chegamos á paz, “bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus” Mateus 5.9

Resumo escrito Por: José A Valili - (Comentário - Pai Nosso)